sábado, 8 de setembro de 2007

PRÉ PLANO URBANÍSTICO CIDADE VIVA

Cidade Viva



Planta Baixa


Planta de Zoneamento


Levantamento Topografico


Mapa - Paraíba


Mapa - João Pessoa


Mapa de Localização


Estudo Preliminar Escola


Foto Aerea 01


Foto Aerea 02


Foto Aerea 03


Foto Aerea 04








A Igreja protestante brasileira vem desenvolvendo nas últimas décadas a sua missão integral – que vai além da proclamação da salvação pela graça de Cristo –, levando também à população a doutrina da prática das boas obras, tornando-se operante no combate ao sofrimento humano gerado pelos problemas sociais.

Em um país onde milhões de pessoas vivem em pobreza extrema, a igreja protestante busca por meio de varias ações concretas, minimizar a situação de carência de uma parte desta população excluída, que foi alcançada pelo evangelho.

Segundo o ensino bíblico no Novo Testamento, Cristo é o modelo e a inspiração para prática das boas obras (Mateus 4:23; Atos 10:38). Por isso, as boas obras são alvos fundamentais da vida cristã (Tito 2:11,14;3:1,8,14; Hebreus 10:24; Efésios 2:10). A igreja compreende que, embora a Salvação do homem seja pela graça, através da fé, e não pelas obras meritórias, as obras são conseqüências inevitáveis da salvação. Por isso, a fé sem obras é questionável (Tiago 2:14,17,26).

Desta forma, as boas obras são os frutos da fé, ambas: inseparáveis e pré-estabelecidas por Deus. Portanto, este é o desafio específico para igreja nos dias atuais.

Assim, constata-se que muitos pastores têm despertado os seus membros e congregados a realizarem trabalhos comunitários com tamanha seriedade. Acreditam ser um dever da igreja, ajudar, no espírito do Evangelho, a comunidade carente.

No atual contexto sócio-religioso brasileiro, verificam-se grandes equívocos que evocam uma religiosidade inoperante ou um ativismo social inconseqüente que geram omissões e partidarismos. Não se pode conceber a vida cristã sem o envolvimento com problemas da sociedade como: desemprego, prostituição infantil, delinqüência juvenil, direitos humanos, analfabetismo, desigualdade social, aborto, drogas, entre outros. Assim, a igreja tem uma grande responsabilidade para com os que vivem, muitas vezes, sem família, sem educação e sem nenhuma perspectiva de uma vida digna. Entre vários fatores sociais que desestruturam a família atual, está o problema educacional, principalmente nas camadas carentes da sociedade. Observa-se que o aumento da preocupação com a educação nas populações carentes se deu a partir do crescimento demográfico da população, diminuindo a mortalidade infantil e ampliando a expectativa de vida.

Tem-se afirmado que a missão da igreja é também educar. Através da escola, ela realiza a responsabilidade social, promovendo a educação integral. Nessa direção, a escola cristã fundamenta sua proposta pedagógica nos princípios da ética, da fé e da prática cristã, buscando permanentemente a excelência do ensino e do aprendizado, inspirando-se nos ideais de liberdade e de solidariedade humana, tendo, ainda, por finalidade, o desenvolvimento pleno do educando, seu preparo para o exercício consciente da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A escola cristã alicerça a relação da pessoa com Deus, com o próximo e com a natureza. Procura desenvolver valores cristãos com alto padrão de qualidade acadêmica, tentando possibilitar ao educando enfrentar os desafios da cidadania com responsabilidade e competência para fazer a diferença na sociedade, na conduta individual, na relação inter-pessoal e ao inserir-se no mundo do trabalho.

“A escola cristã é aquela que oferece um processo de treinamento e desenvolvimento da pessoa e de seus dons naturais à luz da perspectiva cristã da vida, da realidade, do mundo e do homem. Isto significa o desenvolvimento de um currículo e um programa educacional onde as disciplinas e atividades reflitam explicitamente a mentalidade cristã. Em outras palavras, escola cristã é aquela que ensina ciências, história, comunicação, sociologia, etc. a partir dos pressupostos cristãos, e que adota teorias e filosofias do desenvolvimento humano e da educação que reflitam o ensino bíblico sobre o homem como imagem de Deus. (Rev. Augustus Nicodemus Lopes – Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie).

A visão da igreja sempre deve ser a instrução com base na palavra de Deus, nos princípios de fé, na ética e na prática cristã, objetivando o bem-estar social e espiritual do ser humano, atingindo o homem na integralidade.

O Dr. William Barclay, professor teólogo e autor de mais de 60 livros, falando sobre a juventude nos dias atuais, afirmou: “Os jovens não acreditam que a reverência consiste na aceitação cega de credos antigos e dogmas. Acham que a vida não analisada nada vale. Sinto que estamos criando uma geração que tem examinado a fé que está professando. Os jovens podem expressar seus pensamentos e suas crenças em palavras que merecem atenção. Acho que estamos criando uma geração inteligente capaz de dizer ao mundo o que crer. O futuro de qualquer igreja fica nas mãos de sua juventude”.

Frente a essa problemática, o Projeto Cidade Viva propõe-se a atuar nas áreas: espiritual, educacional, assistencial e de lazer, buscando alternativas reais para o engajamento de comunidades com o reino de Deus, objetivando, com isso, o resgate pela evangelização e a condução do necessitado a uma melhoria de vida capaz de gerar um efeito multiplicador, que promova o crescimento individual e beneficie outros indivíduos.

Este projeto será implantado pela Igreja Batista (Convenção Batista Brasileira-CBB), que tem como missão viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas no cumprimento de sua missão como comunidade local. Sua filosofia, fundamentada na Bíblia Sagrada, resulta da reflexão feita pelos batistas brasileiros sobre os princípios bíblicos que sustentam a existência, a natureza e os objetivos da Convenção, como entidade que:

  • Promove o inter-relacionamento fraterno e cooperativo das igrejas a ela associadas;
  • Apóia o fortalecimento e a multiplicação das igrejas;
  • Interessa-se pelo progresso e crescimento espiritual e social dos membros das igrejas;
  • Respeita a autonomia das igrejas cooperantes;
  • Administra zelosamente as entidades e instituições que cria, às quais atribui a execução de seus objetivos, programas e determinações;
  • Obedece aos padrões bíblicos de relacionamento com a sociedade, o Estado e outras igrejas.

A Convenção Batista Brasileira é organizada sem uma liderança hierárquica e movida pelo espírito da cooperação voluntária. A Convenção existe por causa das igrejas, e são estas que, ao enviarem seus mensageiros para a formação das Assembléias, legitimam suas decisões, que são determinações para as suas Juntas, Instituições e Órgãos, como por exemplo o Departamento de Ação Social da CBB e a ANEB (Associação Nacional de Escolas Batistas). Estes funcionam como braços da Convenção, cumprindo os objetivos traçados para as áreas nas quais operam.

Em João Pessoa, a Igreja Batista trabalha com a Rede Ministerial, em que a atuação é dividida por pastorais, como, por exemplo, as Pastorais da família, criança, adolescente, juventude, social-urbana. Podemos destacar a Casa Shalom, onde se abrigam meninos abandonados, e a Pastoral dos Portadores de Necessidades Especiais.

Um dos objetivos da Convenção Batista Brasileira é promover o ambiente saudável para a associação de parceiros comprometidos com a fé cristã, que poderão ser organizações não governamentais ou setores da sociedade capazes de dar ao projeto uma sustentação e continuidade responsável.

O Projeto Cidade Viva vincula-se a este trabalho de rede ministerial através de um complexo assistencial que será implantado em uma área de 150 hectares organizado por um plano urbanístico que promove simultaneamente uma setorização e uma integração dos equipamentos através do sistema viário proposto.

A intervenção deve ser progressiva, partindo do planejamento urbanístico como ordenador dos diversos projetos a serem desenvolvidos. Encabeçando a seqüência dos projetos propostos, o templo/escola (Espaço Multifuncional) será a base e apoio referencial para todo o complexo.

De acordo com o enfoque da igreja, o aspecto educacional é básico para o crescimento na fé, e deve ser priorizado no desenvolvimento do projeto, como uma célula inicial versátil. Diante do nosso interesse pelo tema multifuncional, surgiu por parte da igreja o convite para conceber este espaço num contexto relacional com os outros equipamentos propostos no Projeto Cidade Viva.


DESCRIÇÃO DA ÁREA


Localização da cidade do Conde/PB


O Município do Conde está localizado na região Nordeste do Brasil, no Estado da Paraíba, situado a 22 km da Capital do Estado – João Pessoa, no litoral sul da Paraíba. Juntamente com Bayeux, Santa Rita, Cabedelo e João Pessoa, compõem a chamada grande “João Pessoa”.

O município possui uma população de 12.239 habitantes e uma área de 164,8 km². Limita-se ao Norte com João Pessoa e Santa Rita; ao Sul, na nascente do Rio Graú, Pitimbu e Alhandra; ao Oeste, a partir do Rio Gramame, com Santa Rita e ao Leste com o oceano Atlântico. Sua altitude é de 112 metros e possui coordenadas geográficas de 07º 15` 3” de latitude sul e 34º 54`27” de longitude oeste de Greenwich. (CAVALCANTI, 1996)


História da cidade do Conde/PB


O município tem raízes históricas na Aldeia Jococa, de índios Tabajaras, administrada pelos missionários franciscanos, logo depois de sua chegada à Paraíba em 1589. A sede do município originou-se da fusão dessa aldeia com outra denominada Pindaúna, de índios Potiguara, durante a ocupação da capitania pelos holandeses que a batizaram de Maurícia. (IDEME, 2001)

Expulsos os holandeses e restaurada a capitania, os portugueses elevaram a aldeia Maurícia à freguesia e mais tarde à categoria de vila com o nome de Conde, que permanece até hoje. Esse nome, ao contrário da historiografia paraibana, não é uma homenagem ao administrador holandês Conde João Maurício de Nassau, o fato deve-se à existência na região da “fruta de conde”, também conhecida como “ata” ou “pinha”. (IDEME, 2001)

Na divisão administrativa do Brasil em 1911, o Conde aparece, pela primeira vez, como distrito de João Pessoa; o mesmo acontecendo em 1933, 1936 e 1937 e no qüinqüênio 1939-43. No qüinqüênio 1944-48, figurou com o nome modificado para Jococa. A Lei nº. 318, de 07 de Janeiro de 1949, que fixou a divisão administrativa para o qüinqüênio 1949-53, modificou mais uma vez sua toponímia, passando para Vila do Conde. (IDEME, 2001)

Sua emancipação política foi alcançada através da Lei nº. 3.107, de 18 de novembro de 1963, instalando-se oficialmente a 28 de dezembro do mesmo ano, desmembrado de João Pessoa e formando um único distrito, o da sede, com o nome simplificado de Conde.


Características Morfológicas


01. relevo

O relevo do município do Conde apresenta-se sob formas variadas dependendo do local de ocorrência. Dentre os tipos de relevo, temos: A Baixada Litorânea; Os Mangues; Planícies Aluviais Embutidas nos Tabuleiros (Várzeas); Baixos Planaltos Sedimentares (Tabuleiros).


02. hidrologia

O município do Conde é banhado por duas importantes bacias hidrográficas, a do rio Gramame ao Norte, que faz divisa com o município de João Pessoa e a bacia do Graú ao Sul.


03. vegeta
ção

Possui três tipos de vegetação; Uma que ocupa estreita faixa ao longo de todo litoral do município, chamada de Vegetação Pioneira, composta por uma formação vegetal herbácea com pouca variação de espécies, destacando-se a salsa de praia e o bredo; Os Manguezais, que estão localizados em estuários dos rios Abiaí e Graú, dentre as espécies encontradas destacam-se o mangue vermelho, branco e o mangue de botão; E a Mata Atlântica ou Mata Úmida, que encontra-se largamente devastada pela ocupação em grande escala da cultura de cana-de- açúcar. Sendo uma formação vegetal que ocorre em terrenos de Baixada Litorânea, nas partes mais afastadas do mar, com uma formação sempre densa e verde, de árvores altas.

Caixa de texto:
04. solos

No município encontram-se quatro tipos de solos, entre eles: PV5, distribui- se na porção Norte, Centro e Sul do município, são solos muito profundos, bem drenados, de fertilidade natural baixa, são muito cultivados e cerca de 70% de sua área é destinada ao cultivo de cana-de-açúcar, mandioca, inhame e abacaxi; SM – Solos Indiscriminados de Mangues, ocorrem no baixo curso de água dos rios Gramame-Mamuaba; HGd, distribuem-se nas várzeas dos rios Gramame-Mamuaba situados ao Norte do município, onde são cultivados cana-de-açúcar, milho e batata-doce; HP, grande parte da área desses solos não é aproveitada para as culturas em decorrência do excesso de água, distribuindo-se a Oeste do município no vale do rio Gramame. (IDEME, 2001)


05. clima

Segundo a classificação de Koppen, o município do Conde apresenta clima tipo AS’ (quente e úmido) com presença de chuvas abundantes no outono – inverno. A temperatura média anual varia entre 23ºC e 26ºC. A umidade relativa do ar fica em torno de 80%.


Localização do Projeto Cidade Viva


A área em estudo, atualmente chamada de Fazenda Firmeza, ocupa uma área de 145 Ha. e encontra-se situada em uma zona rural, às margens da BR 101, (km 07), no Município do Conde, Estado da Paraíba. Limita-se ao leste com a fábrica Compel, a oeste com a propriedade de Arnaldo (Município de Alhandra), ao sul e sudeste com a BR 101 e a Estação elevatória da Cagepa, e ao norte com o rio Gramame (divisa entre os Municípios de João Pessoa e do Conde).


01. relevo

O relevo da propriedade apresenta algumas áreas com topografia plana e outras com presença de elevações. Observam-se áreas de retirada e movimentação de areia, próximo ao acesso da fazenda, ocasionando depressões. O tipo de solo predominante nas depressões é arenoso e sedimentar, enquanto nas elevações apresentam solo argiloso. Observa-se também um processo erosivo nas encostas e vales desmatados.


02. vegeta
ção

No terreno e em seu entorno observa-se a presença de áreas de preservação de Mata Atlântica distribuídas entre áreas de desmatamento e matas ciliares no leito do rio e encostas do relevo. Verificamos também a presença de áreas alagadas.


03. hidrologia

A fazenda é servida pela passagem de uma importante bacia hidrográfica, o rio Gramame, que corta parte da propriedade na porção norte do terreno.


04. infra-estrutura presente

As edificações existentes na propriedade são construções de baixo padrão em alvenaria de tijolos ou taipa e telhas cerâmicas, previstas para demolição; exceto a casa sede da fazenda (inacabada) que apresenta estrutura em concreto, paredes em alvenaria e coberta de laje com madeiramento e telhas cerâmicas. Para ela está prevista recuperação e finalização. Observa-se também a presença de uma linha de transmissão de energia elétrica (alta tensão) da Chesf, que corta o terreno no sentido sul-norte, erguida em torres metálicas espaçadas a cada 300m. Apenas a casa sede e a torre elevatória da Cagepa constituem referencial arquitetônico significativo no local, uma vez que as fábricas vizinhas estão situadas em cotas bem inferiores às da gleba, não aparecendo como referências visuais.


05. acessos

Os acessos à área ocorrem através da BR 101 e de estradas vicinais periféricas que limitam a área. Um pequeno girador e uma via pavimentada promovem a ligação do acesso principal e da estação da Cagepa com a BR 101. Nesse girador, localiza-se um ponto de ônibus, por onde passa a linha Jacumã Nº 112 da empresa Boa Vista, que vem do Município de João Pessoa e vai até a praia de Jacumã, no município do Conde. As vias carroçáveis internas são controladas por porteiras de madeira e estão em péssimo estado de conservação.


06. entorno

Em seu entorno podem-se destacar alguns pólos de interesse por sua proximidade da área em estudo como: o Pólo industrial do Município de João Pessoa – bairro das indústrias, A fábrica COMPEL; Reservatório e estação elevatória da Cagepa e a Empresa Colorobba Nordeste. A presença humana ocorre em dois pequenos grupos instalados na periferia da gleba, em edificações improvisadas com estrutura de taipa e pau a pique, não constituindo um referencial significativo.


07. índices urbanísticos

Os indicadores urbanísticos referenciais à área de intervenção não estão estabelecidos pelo Município do Conde, ficando a observação das normas estabelecidas para utilização de áreas rurais, faixas de marinha no leito dos rios e legislação de preservação dos resquícios de Mata Atlântica (Lei Nº. 4.771/65 – Código Florestal; e Decreto Nº. 750/93 - CONAMA).


08. uso e ocupa
ç
ão

Foi elaborado previamente na área em estudo um plano urbanístico para implantação de vários equipamentos de assistência social, já citados anteriormente, que foram zoneados e integrados por vias de acesso para veículos e pedestres, seguindo todas as normas de preservação em relação aos resquícios de Mata Atlântica de encostas e matas ciliares nas margens do rio Gramame. Os equipamentos ocuparão áreas específicas destinadas às atividades administrativas, religiosas, assistenciais, educacionais e de lazer. Onde serão implantadas inicialmente as seguintes edificações:

  • Administração
  • Templo
  • Espaço Multifuncional (Escola/Auditório/Ginásio)
  • Escola de primeiro grau e profissionalizante
  • Centro de apoio ao idoso
  • Centro de recuperação para dependentes químicos
  • Casa do menor abandonado
  • Faculdade (Seminário)
  • Cidade da criança
  • Centro de treinamento
  • Área de Hospedagem/Camping
  • Praça da alimentação
  • Núcleo de educação ambiental




FICHA TÉCNICA

URBANISMO | ANTONIO CLÁUDIO MASSA E KLEIMER MARTINS
LOCAL | CIDADE VIVA . BR 101 . CONDE/PB
PROJETO | 2005
ÁREA DO TERRENO | 150HA
IMAGEM 3D | STUDIO IMAGI



segunda-feira, 3 de setembro de 2007

REVISTA ACROPOLIS MAGAZINE

Ano X | 59 | João Pessoa | Abril 2007



CIDADE VIVA
Muitos só precisam de uma chance!
por Fabiana Nóbrega


Resgatar o homem em todas as dimensões de sua existência, visando a transformação da nossa sociedade. Que as pessoas vivam com dignidade e sejam frutíferas no mundo. Essa é a missão do Projeto Cidade Viva.
Como personagens e espectadores da vida real, costumamos assistir cenas tão tristes que paralisam os sentidos perante o sentimento de impotência em promover mudanças. Crianças catando papelão para proteger o sono do frio e do sereno; idosos escorando seu cansaço em uma bengala para conseguir mendigar o pão daquele dia; famílias em pleno desespero por não saber combater a força devastadora das drogas em um lar.
Foi a contemplação de momentos tão dolorosos como esses que levou o jovem pastor paraibano Sérgio Augusto de Queiroz a jogar as dificuldades para o alto, arregaçar as mangas e começar a construção de uma cidade especialmente moldada para a solução desses e outros problemas que colocam em risco a vida humana. Isso mesmo, uma cidade inteira! A Cidade Viva.
Pastor Sérgio, também procurador da Fazenda Nacional no Estado do Paraíba, havia assumido a Igreja Batista do Bessamar há apenas 15 dias, quando uma senhora aproveitou a passagem em frente ao local e resolveu entrar. Ao ser encaminhada ao pastor, ela relatou que era viúva e seu único filho homem estava vendendo tudo em casa para comprar crack. Após absorver o sofrimento daquela mãe, pastor Sérgio foi visitar o jovem em sua casa. “Encontrei um trapo de gente. Ao questioná-lo se queria sair das drogas, ele disse que sim. Mas para onde encaminha-lo?”, lembra daquela indagação aflita.
Era julho de 2004. Em outubro do mesmo ano, o terreno para construção do Projeto Cidade Viva foi comprado. "Passamos um ano e meio com condições para pagar apenas as primeiras parcelas, mas, em janeiro de 2006, já conseguimos dar início as obras do Centro de Reabilitação para Dependência Química", orgulha-se, enfatizando que o atual prédio ocupa hoje apenas um terço do projeto final da Casa de Recuperação. Por sua vez, a Casa de Recuperação é apenas um "bairro" da Cidade Viva.
Com uma área de um milhão e 500 mil metros quadrados, maior que o bairro de Tambaú, em João Pessoa, a propriedade localiza-se às margens da BR- 101, a 12 km do centro da capital paraibana. O espaço gigantesco é ideal para abrigar a realização de todos os sonhos do Projeto Cidade Viva: Casa de Reabilitação para Dependência Química, Abrigo para Órfãos, Abrigo para Idosos Abandonados, Núcleo de Inserção Social para Ex-­prostitutas, Núcleo de Inserção Social para Ex-presidiários, Clínica Médica e Psicológica, Centro Poli - esportivo, Parque de Conscientização Ambiental, Faculdade de Teologia e Ciências Sociais, Oficinas de Profissionalização e Cursos de Empreendedorismo, além de Área para Acampamentos, Centro de Treinamento de Liderança e um grande Centro de Louvor e Adoração, com capacidade inicial para sete mil pessoas. Tudo isso, sem contar com a área ao ar livre para realização de eventos e shows evangélicos.
O Projeto Cidade Viva consiste na pregação do evangelho de maneira contemporânea e relevante, aliada a uma série de ações sociais que visam a transformação da sociedade. Atualmente, dez pessoas já estão sendo atendidas na primeira ala do Centro de Reabilitação para Dependência Química. Quando estiver finalizado, O Centro terá capacidade para cerca de 60 pessoas. A perspectiva é que cada hóspede permaneça no Centro durante, aproximadamente, seis meses, tendo direito a estadia, alimentação e tratamento baseado em terapia ocupacional, incluindo estudos, aulas de música, prática de esportes e cuidados com a horta. Tudo acompanhado por médicos, psicólogos, assistentes sociais, educadores físicos e músicos voluntários.
A manutenção do Projeto também é realizada pela Primeira Igreja Batista Bessamar, que cobre de 40% a 100% do valor do tratamento, concedendo bolsas parciais ou integrais, dependendo da condição financeira do paciente.
Um grande casarão que já existia na propriedade também está em fase final de reforma, e dará lugar ao Centro de Treinamento de Liderança. Na foto em destaque, O projeto de um bairro da Cidade Viva: O espaço multifuncional para esportes, atendimento médico, psicológico e salas para aulas e treinamentos profissionalizantes. Um sonho que logo se tomará realidade!
Para a construção dos demais "bairros" que integrarão a Cidade Viva, serão necessários cerca de R$ 10 milhões, mais R$ 250 mil para finalizar o pagamento do terreno.
"Não pergunte o que você vai ganhar de volta com as suas doações. Diga o que você pretende renunciar para que o projeto se realize". Com esse lema, Pastor Sérgio conseguiu arrecadar, em pouco mais de dois meses o valor para entrada do terreno. "Quando decidimos comprar a propriedade não tínhamos nem 1 % do valor cobrado pelo antigo proprietário", recorda.
Com o objetivo de contribuir no custeio do Projeto, os organizadores da Cidade Viva assumiram o desafio de gravar o primeiro DVD Gospel do Nordeste, utilizando recursos escassos da própria comunidade. O resultado já foi bastante elogiado por artistas e empresários durante a EXPO Cristã Rio e São Paulo! Tanto que já estão se preparando para gravar o segundo.
Maiores informações sobre o Projeto, assim como contribuições ideológicas, financeiras ou voluntariado: www.cidadeviva.org // sergiosamara@gmail.com // (83) 3246-7471.
Muitos têm ingressado nesse sonho de amor ao próximo, cuja realização plena será a certeza de uma vida real para milhares de pessoas!


Fabiana Nóbrega

Revista Acrópolis Magazine
Ano X
| nº 59
P
áginas 72 e 73
João Pesso
a | Abril 2007